segunda-feira, maio 19, 2008

Catarina



(Catarina Eufémia - 13/02/1928 - 19/05/1954)


Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

12 comentários:

jo ra tone disse...

Obrigado Amigona,
Pela visita
Um belo poema para um linda canção.
Alentejo.
Catarina, assassinada quando lutava pelo pão.
Hoje a luta continua contra estes horrendos traidores que tiram o pão das bocas dos nossos filhos.
Não se preocupam com esta terra do trigo que deu de comer ao nosso país.
Um dia não o verei "queimado" mas loiro como d'antes.
Cumprimentos

Unknown disse...

Sim, bela lembrança... eu não tinha presente o dia da morte dela.
Ana Cristina

Eternamente disse...

Conheço este poema cantado por Zeca Afonso. Catarina Eufémia é um símbolo que se precisa não esquecer.
Obrigada por no-lo trazeres aqui.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Amigona
É lindissímo este poema e falta-nos quem nos cantava. Lembro de quem o ouvia muito baixinho, antes do 25 de Abril quando as paredes tinham ouvidos.
São tempos idos e que devem ser assinalados.
Abraço

Anónimo disse...

Catarina � o exemplo da mulher portuguesa,o facto de lutar pela dignifica�o da mulher, custou-lhe a vida, e a justi�a nunca foi feita!
Abra�o camarada
Manang�o

joana disse...

Vim retribuir a visita.
Um belo poema realmente.
Beijinhos e boa semana

Agulheta disse...

Amigona.Pois nos lembraremos sempre de Catarina,falta a voz de Zeca afonso para a cantar.
Beijinho Lisa

Unknown disse...

Amigona,
felizmente os bloggers não esqueceram Catarina...

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Amigona
Deixo-te um abraço e lembro Catarina (também a tua).

Isamar disse...

Que as balas disparadas pelos algozes nunca calem as Catarinas do mundo!
Deixo-te flores e beijinhos

BlueVelvet disse...

Esta foi das primeiras histórias de encantar que a minha mãe alentejana me contou.
E Catarina a minha primeira heroína...
Beijinhos e veludinhos azuis

Maria disse...

Eu juro que já tinha passado aqui, antes de ir (para voltar logo logo...) e não vejo aqui o comentário...
De qualquer modo, minha querida Amigona, deixo um abraço enorme por este post.
(ontem cantámos tanto catarina e outros...)

Beijinhos