(amor de pai - olhares.com)
O crime de amar de mais
"É a justiça que temos e
os juízes (alguns juízes)
que temos. Um homem foi
ontem condenado em Torres
Novas a seis anos de prisão
por se recusar a entregar a
um desconhecido, o pai
biológico, uma menina
de cinco anos de quem,
abandonada pela mãe,
esquecida pelo pai,
ele e sua mulher cuidam
desde os três meses de idade.
O pai biológico nunca quis
saber da gravidez da mulher
com quem tinha tido o que,
entre risinhos, chama de
"encontro casual".
Só viu a bebé duas vezes, de
passagem, uma quando foi
chamado a fazer testes de ADN,
outra dois anos depois. Agora,
em vésperas de a criança fazer
cinco anos, decidiu reclamá-la.
E o tribunal, pura e simplesmente,
mandou que ela lhe fosse entregue,
apesar de os psicólogos dizerem que
arrancá-la àqueles que ela considera
seus pais e entregá-la a um desconhecido
será "delicerante". Para evitar à filha
adoptiva(o processo de adopção
estava em curso) a dilacerante separação,
Luís recusa-se a revelar o seu
paradeiro. Resultado: seis anos de prisão.
Porque os juízes (alguns deles) já não fazem
"justiça", são meros burocratas da lei. E a
lei de tais juízes tanto dá para
condenar a uma multa de
720 euros um polícia que
matou umhomem a tiro
como para mandar seis anos
para a cadeia quem, como Luís,
comete o crime de amar de mais."
(Manuel Pina - JN - 17/1)
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