domingo, fevereiro 03, 2008

Sidadania












Porque´NÃO PODEMOS virar a cara e fazer de conta que não existe...porque é possível estarmos ao lado de quem precisa da nossa AMIZADE...
Peço-vos que visitem a Lídia/Silencio Culpado e leiam, na íntegra, a entrevista que fez ao Raul,do blogue sidadania...

Visitem-no também...conheçam um ser humano maravilhoso que muito nos pode ajudar!
Deixo uma pequena parte da sua entrevista:
".............................



Lídia - O que mudou na sua vida?
Raul - Morri e voltei a nascer, talvez seja a frase certa para ilustrar as mudanças. Na altura em que fui infectado sabia que a SIDA existia, e a minha noção acerca da doença era que matava rapidamente, ............................................................... Sentia necessidade de ver outros infectados falar com eles, queria aprender …aprender…aprender… a como viver com a SIDA.
Tinha um encontro obrigatório com a morte que ia adiando sucessivamente um mês, seis meses um ano. Ia estabelecendo metas antes de me entregar. Os meus filhos estavam no secundário ainda e não estavam preparados para a vida essa era a minha maior preocupação.
Fui negociando e adiando a minha partida. ............................11 anos de infecção, não sei quantos anos irei viver mais, mas não estou preocupado com isso. Um dia hei-de morrer mas não tenho pressa. Se analisar a SIDA na minha vida até que nem foi tão má assim. Tive tempo para parar, pensar e saber o quanto gosto de viver. Passei a ter mais amor pelo meu próximo e a gostar mais de mim mesmo. Dediquei a minha vida à causa da SIDA e não quero parar de lutar. Sei o que sofri e sei o que cada um sofre quando sabe o resultado do teste. Não há necessidade para esse sofrimento e é por isso que estou aqui tentando dar uma ajuda a quem precisa dela. A minha vida só tem sentido enquanto houver pessoas que precisam de mim.Não tenho raiva da SIDA, ela ajudou-me a crescer como ser humano.
Embora pareça um absurdo, acho que lhe estou agradecido por me ter feito acordar para a realidade da vida. "
(os destaques são meus!)
Bem-hajas Raul, pelo teu testemunho!!!

13 comentários:

Laurentina disse...

Beijão grande querida amigona

Branca disse...

Amiga,
Obrigada pelas tuas palavras no meu sítio. Hoje estavas na minha lista de amigos a visitar, mas chegaste primeiro com palavras animadoras, obrigada. O meu problema é que trabalho toto o dia e normalmente só a partir das 22h30m poso vir aqui, às vezes sinto-me impotente porque tenho pouco tempo para todos, mesmo para aqueles com quem tenho mais afinidades e o meu correio também passou a acumular-se um pouco.Tenho que aprender a gerir o tempo para o blog, mas não vos quero deixar.
Quanto ao teu post não vou comentar para não me repetir, pois estamos na mesma causa e as palavras do Raul tocam fundo em todos nós.
Beijinho grande
Branca

Isamar disse...

Tu, amigona querida, és um ser humano especial.Especialíssimo! Muito grande!!!! Li esta entrevista de lágrimas nos olhos porque o Raul é outro ser humano incomensurável pelo seu humanismo, pelo seu altruísmo, pela sua capacidade de amar a vida e de amar o próximo. Estes exemplos deixam-me ainda mais reduzida à minha pequenez porque eu faço muito pouco pelos outros. Cada vez sinto mais isso, cada vez sinto mais, através dos teus exemplos, dos que aqui trazes, quanto tenho de crescer.
Obrigada, querida amiga! Bem hajas! Eu preciso de ti, do Raúl, da Lídia, da Elvira, do Zé Gonçalves...
Mil beijinhosssssss

avelaneiraflorida disse...

Querida Amigona,
alguns dias "mais longe" ...e a VIDA aqui TODA!!!!
"BRIGADOS"por este post!

Bjkas!!!

Lisa's mau feitio disse...

Olá querida Avozinha virtual... Que saudades. tenho andado apagadita pela net dado o excesso de trabalho em atraso e tal, mas agora vim dar um beijinho...

Pois saio muito sensibilizada com estes últimos posts...
Realidades, é o que é.
não fujamos delas!
E que bem a minha querida Avozinha as espelha aqui.

Em particular, deixo uma referência ao post da idosa com alzheimer... não terá sido coação, avó... Eles esquecem mesmo e lembram aepnas de coisas soltas. E fixam-se em pormenores irreais...
Saio tocada por esse post da idosa... Deus dessa forma me quer levar a minha Avó. Deve ter sido por isso que me fez encontrar esta Avó virtual, para eu me vir consolar na sua bondade.

Mil beijinhos fofinhos!

Lisa

Espaço do João disse...

Que raiva sinto quando ouço falar de SIDA!!! Não por aqueles que sofrem mas, sim por aqueles que com suas experiências laboratoriais chegaram até essa maldita doença. Lembram-se da Mixomatose dos coelhos? Da Cocsidiose das aves? Do flagêlo da droga? Todas estas doenças foram criadas laboratorialmente, mas o ser humano não as quer admitir.Sou impotente para entrar nesse combate. pois as grandes sumidades teem muita força e poder. Um abraço do tamanho do Universo para aqueles que hoje sofrem de tantas maleitas, criadas pelo BICHO HOMEM.

Maria disse...

Querida Amigona

Não tenho palavras para este teu post.
Já acompanhei dois amigos meus, até ao seu fim, que tinham esta maldita doença. É muito difícil ver morrer tão lentamente...

Beijos... e saio daqui a "chover"

António Inglês disse...

Amigona

Logo no principio do aparecimento da SIDA, não estava ainda muito conhecida, perdi um amigo de infância de quem estive perdido vários anos.
Voltei a encontrá-lo no mesmo prédio onde morei em Lisboa. Já lá vão muitos anos. Revivemos tempos de garotos durante uns anos, até que o meu amigo adoeceu gravemente.
Na altura eu não estava em casa, pois era época de festividades.
Quando regressei a casa, fui logo avisado que o meu amigo estava no hospital de Stª Maria em fase bastante complicada.
Fui visitá-lo, falámos e ele contou-me da vontade que tinha de voltar para casa. Pediu-me para lhe desligar a bateria do carro, pois quando voltasse, não teria problemas com ele.
Esqueci-me do que lhe prometi.
No terceiro dia após lá ter estado, durante a noite e a determinada hora, acordei em sobressalto e em aflição, com uma dor tremenda no peito. Tinha tido um pesadelo terrível,pois tinha sonhado que estava a morrer. Foram minutos de muita aflição. Levantei-me, andei de um lado para o outro da casa, fui para a janela apanhar ar, fumei cigarros atrás de cigarros e só cerca de uma hora depois consegui voltar para a cama e adormecer a custo.
Na manhã seguinte, bem cedo, a campainha da minha porta tocou. Com o cansaço do que se tinha passado durante a noite, não me levantei mas acordei o suficiente para dizer a minha mulher:
- Não precisas de me dizer nada, só quero saber a que horas foi, mais nada...
Não teve mesmo mais problemas com o carro, nem com ninguém.
Hoje os filhos são muito amigos dos meus, estão formados e a vida continua.
Mas foi difícil e por isso hoje de cada vez que nela falo, fico bastante perturbado.
Um beijinho
José Gonçalves

Isamar disse...

Venho deixar-te beijinhos e desejar-te uma boa semana.

Unknown disse...

sabes que este tema me e muito querido. As criancas e adultos com quem trabalho sao todos seropositivos, e alguns infelizmente, ja em fase terminal. Mas atraves deles, e das minhas experiencias, tenho colhido valores e amor como nao julgaria ser capaz.
Agora tenho que fazer outro tipo de trabalho, ir por ai por discotecas onde se sabe que impera a droga e o sexo sem proteccao para falar, dar conforto e amor, aqueles que pensam que o amor e so uma noite bem passada. Vamos educar. E so espero ter forca para o que sei que me espera. Porque como disse - se salvar a vida a uma pessoa que seja, serei o homem mais feliz do mundo. Enquanto isso, dou o amor que os meus meninos nao tem.
so espero ter sempre forcas para isto, que as vezes e duro. muito duro.
beijo grande

R.Almeida disse...

Estou sem palavras, depois de vir aqui comentar e agradecer, o teres aderido à causa da sida e de teres colocado o logo do sidadania no teu blog.A falta de palavras não se deve à minha incapacidade para agradecer toda esta onda de solidariedade para comigo e para com o SIDADANIA, mas sim ao comentário deixado pelo José Gonçalves e do seu amigo que morreu vitima desta pandemia que tem dizimado milhões de pessoas em todo o mundo.Os gritos dos que recordam os seus amigos que partiram são a voz de além túmulo que gritam para todos ouvirem :
-Acordem, a SIDA existe.
Um beijo e obrigado por ser solidária
Raul Rudoisxis

Elvira Carvalho disse...

Reparei agora que não deixei aqui rasto. Estive aqui e fui lá ao blog. Perdi-me por lá durante um bom tempo e esqueci voltar.
Um abraço

Filoxera disse...

De tudo se consegue retirar uma lição, não é?
Beijos.